segunda-feira, 27 de março de 2023

Cidadelhe - Pequena rota pedestre

Plano da minha pequena rota na linda Aldeia de Cidadelhe


Irei selecionar e divulgar, um número de percursos ecológicos, que já elaborei e executei, considerando diversos aspetos: Sociológicos, culturais, históricos, religiosos, arquitetónicos, geológicos, biológicos, recursos naturais, habitats dulçaquícolas e terrestres, entre outros.

Farei um guião escrito, e anexarei a recolha de alguma informação no meio, junto da população.

Porem, não irei recolher informação com registo já existente. Deixarei para os interessados na realização do percurso, essa mesma recolha. O objetivo é dilatar informação adicional, há existente.

Esta divulgação, agregará também um conjunto de fotografias - não todas - de interesse para os pedestrianistas, ajudando-os na sua visualização no local.

Acumularei demais informação na presunção de uma ajuda no desempenho integral dos interessados na realização dos percursos.

A planificação de alguns dados do percurso, e a sua apresentação, pode, no entanto, envolver eventuais lacunas. Esta será a plataforma inicial, com vista à sua melhoria;

Pretende-se ainda, com esta divulgação, a sensibilização da população para a proteção e conservação dos lugares e de todos os tipos de património aí existentes,

O desenvolvimento socioeconómico dos locais,

Sensibilização dos municípios ou outras instituições, com vista à implementação de um percurso pedestre, e sua aprovação junto da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal.

Detalhe do percurso

Na direção da aldeia inicie sua caminhada junto da Capela de São Sebastião, templo que deve visitar pela sua riqueza interior, vai ficar surpreso e romper expetativas. Após 60 metros vire para a esquerda a subir suavemente durante 300 metros. Aprecie as casas em granito, o forno comunitário ainda utilizado, entrando, o pombal, núcleo de casas em ruinas, as alminhas, etc.

Ao surgir uma rua para a esquerda, é pois por ela que deve continuar, contornando sempre com curvatura para o lado direito e durante sensivelmente um quilometro, onde pode apreciar a biodiversidade, nomeadamente o quercus coccifera que neste habitat contraria a denominação cientifica por surgirem espécies de grande porte, e a geodiversidade. 

Quercus cocciferas, quercus suber e Olea europaea

Deparou entretanto com outro caminho, "siga em frente" pois o que fica para a direita, também vem de Cidadelhe. 

Percorridos 200 metros volte para o lado direito, e nos seguintes 30 metros vá pelo lado mais á direita e continue em sensivelmente 600 metros até uma bifurcação. 

Neste local  apresentam-se duas alternativas:

A primeira volta para a direita e regressa a Cidadelhe por ruas do povo de baixo, e caminha cerca de 5 quilómetros.

Na segunda, a que eu executei, caminhará 10 quilómetros, sendo que, neste caso, também é percorrida a primeira alternativa, como iremos ver adiante.

Prossiga, sempre pela rua mais pisoteada até alcançar o complexo amuralhado de uma quinta que não recordo o nome. Aqui já moraram quatro famílias. Recentemente foi adquirida por holandeses e onde foram efetuadas plantações de carrascos, como compensação de CO2. 

Regale a vista e a mente e pode avaliar o paradigma de vida que nos é apresentada pelos campos fora.  Sobressai as picotas, as bombas de tirar água, os tanques, os cercos dos animais, os pombais, a geomorfologia do vale do Rio Coa, e do Vale do Rio Massueime... 

A minha caminhada aconteceu em março de 2023, vários cucos e perdizes pelo caminho, e um imenso mar de flores.

 













olea europaea secular no percurso



O local amuralhado com capela, casas, forno, estábulos e adegas, no entanto sem agua no solo pelo que seus moradores tinham que recorrer a fonte de chafurdo junto do caminho de acesso, e outras fontes de Cidadelhe. 






Fonte de Chafurdo a 200 metros do local amuralhado

Alcançado aquele local, poderia continuar até ao lombo do burro, perto da foz do rio Massueime. No entanto, e apesar da minha tentativa, não recomendo tal desafio. O caminho é duro e sem sinalética.

Vamos recomeçar o percurso, agora na orientação de Cidadelhe. Sempre no caminho mais pisoteado, vai percorrer, passa de 3000 metros e depara com uma fonte do lado direito. Por perto, procure as rodeiras imponentes dos carros de tração animal usado noutras épocas.   


Rodeiras dos carros de tração animal no percurso

Após as rodeiras e a fonte, volte para a esquerda.

Alminha no percurso de Cidadelhe


Belo exemplar de quercus suber (sobreiro) no percurso de Cidadelhe


Passou junto deste geomonumento, depois cemitério e Capela de Santa Barbara. E eis que chegou a um largo da aldeia (o Povo de Baixo). Visite o Miradouro.








Miradouro


Continue pela aldeia e aprecie as casas recuperadas, algumas da Cidadelhe Rupestre - Turismo Rural Lda.  - Que beleza e bom gosto.

 


O cidadão, alto relevo em campanário utilizado em guerrilhas entre do Povo de Cima e do Povo de Baixo. Ouça os relatos dos habitantes de Cidadelhe sobre estes e outros factos. Muito interessante. Deveria ser feita uma reconstituição e guardada para memória futura.  

Peça a chave e visite a Igreja de Santo Amaro. Olhe o teto do templo.



Visite o castro, dispõe de sinalética.

Recantos



O troço do percurso no Povo de Baixo

Retome o percurso para a rua do Núcleo Museológico. Visite o espaço, pois tem património de relevo.

Daí, segue rua acima até ao Povo de Cima, e tire fotos. 

Cidadelhe tem também factos históricos da comunidade judaica e que pode informar-se, junto dos seus habitantes.







Pombais, inúmeros em Cidadelhe á espera de restauro, até servir de alojamento. 

Em breve chegou ao local de início do seu percurso. Refresque com uma bebida ali no café. Se estiver fechado toque no sino da capela de São Sebastião, que alguém surgirá para o atender, aguarde um pouco.

Nota breve

Cidadelhe, em 25 de Abril de 1974, teria uma população superior a 300 habitantes. Hoje, os residentes não chegam a 10%. O esforço da autarquia e de particulares no sentido de contrariar este cenário é notório. A área de autocaravanas foi medida adequada. Na minha modesta opinião, seria estruturante a construção de piscina publica, com jardim, que fixasse veraneantes visitantes de poucos dias, quer autocaravanistas, quer moradores temporários que começam a investir em casas de ferias na aldeia, e ainda para  residentes. Sendo difícil de comprar uma casa pela grande procura, a piscina iria alavancar de imediato um bar sobredimensionado e possivelmente atrairia um restaurante de apoio.

Apesar de estar inserida uma Grande Rota, deveria ser implementada uma pequena rota face ás potencialidades existentes.  

Sugeria ainda que todos os dados históricos e lendários e que são muitos, deveriam publicitar-se nos locais de ocorrência e de forma clara para consulta.   

Relevo o património natural, o construído, o histórico de Cidadelhe, merece uma visita atempada.

Os residentes com quem socializei e pedi informação, foram de uma simpatia gigante, obrigado.


Património natural


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Percurso Pedestre de Cedovim, Vila Nova de Foz Coa

A planta global do Percurso de Cedovim

                 
Solar de Cedovim em ruínas 

Planta da fase inicial do percurso de Cedovim, da Capela Sta Madalena á Praça de Município. As marcações a vermelho são as ruas que deve rejeitar.
                


Inicie seu percurso no largo da Capela de Santa Madalena, (foto em baixo)


Capela de Santa Madalena em Cedovim

Caminhe pela Rua Saraiva de Castilho, até á capela de Nossa Senhora do Rosário, junto do cemitério. 

Capela da Sra do Rosário, junto do cemitério de Cedovim

Retome seu percurso, subindo pela rua acima. Após, sensivelmente 130 metros, vai encontrar, na sua esquerda, uma rua de acesso a uma quinta, ignore e vá em frente.

Cento e cinquenta metros percorridos e surge rua á direita, ignore também essa rua e prossiga. 

Duzentos metros depois, surge outra Capela, de Santa Marinha.


Capela de Santa Marinha no percurso de Cedovim

Prossiga seu percurso, observando a biodiversidade local, castanheiros, gilbardeiras, amendoeiras, oliveiras, entre outras espécies. Contemple a paisagem.

Entretanto deparou com uma rua á direita e com mais pisoteio. Ignore e continue na rua mais á esquerda e com menos pisoteio.

Cerca de 500 metros depois da capela, terá de virar para a rua á esquerda, num ângulo de 90 graus, de forma a observar uma casa de arrumos em xisto ao seu lado direito.

Casa de arrumos que fica á sua direita 
Caminhe nessa rua cerca de 550 metros, não acate ás ruas quer á esquerda quer á direita e note que vai descendo suavemente e paralelamente á estrada de alcatrão, até que que lhe surge uma rua que liga á estrada. Não desça essa rua e continue em frente 25 metros até surgir uma curva para a sua esquerda e desça essa rua deixando deste modo a estrada para as suas costas e cada vez mais distante. 

Após 60 metros volte para uma vereda á esquerda e vá com cuidado nesses 200 metros até alcançar algumas habitações.

Desça essa rua empedrada, muito bonita, por entre muros e campos com oliveiras e amendoeiras. 


Amendoeiras em flor com Cedovim no horizonte
O percurso de Cedovim entre muros em xisto
A rua desemboca na estrada de alcatrão. Atravesse pela passadeira para o outro lado. Caminhe em paralelo com a estrada, em patamar elevado, e siga da direção do casario.

 Não acate as ruas dum e doutro lado, vá em frente e breve vai descer uma ruela estreita que o vai levar a um campo desportivo e pequeno jardim.

Atravesse a estrada e retome sua caminhada pela Rua do Fundo da Vila, muito íngreme, até ao burgo mais antigo.

Decorridos quase 300 metros, eis que chegou á praça do Município. O Pelourinho, a Capela da Sra do Amparo, as casas. Aprecie e fotografe.


Planta da fase II e última, do Percurso de Cedovim - Praça do Município á Capela Sta Madalena. As ruas a vermelho sçao para ignorar. As ruas a azul, sao optativas.  



A fonte no Largo do Município em Cedovim
A Capela da Sra do Amparo na Praça do Município em Cedovim
O pelourinho de Cedovim, monumento nacional - Praça do Município

Cedovim - Largo do município

Retome pela Rua do Tabelado, que vai confluir ao adro da Igreja Matriz. 



Admire e fotografe a igreja, as casas solarengas, o edifício dos correios, a fonte.

Porta lateral da Igreja Matriz de Cedovim

Igreja Matriz de Cedovim
Casa no adro da Igreja de Cedovim

O edifício dos correios no Adro da Igreja de Cedovim
O Brasão do Solar de Cedovim
                                          









De frente para o solar grande, desça, á direita, e caminhe 100 metros, volte á esquerda em rua que dá para a Capela do Santo Mártir. 


A Capela do Santo Mártir

Desça por um ou outro lado da capela, e, acabado o casario, depara com um vale pequeno com muitas nogueiras.


Caminhe até á rua depois de atravessar o pequeno ribeiro, e volte para a esquerda, descendo vale abaixo cerca de 400 metros onde vai encontrar outra capela, Santo António.

A Capela de Santo António em Cedovim

No adro da Capela de Santo António


Continue, e suba pela íngreme rua. Nela vai encontrar casas em xisto que foram habitações de outros tempos.

As antigas casas de Cedovim em completa ruína

Após caminhar 270 metros da capela a rua curva para o lado esquerdo.

Exemplar de oliveira com 6 metros de perímetro no percurso de Cedovim

Prossiga ao longo de 1100 metros e não atenda ás ruas, quer da esquerda quer da direita.

Percorridos aqueles metros repare numa rua, a descer, na orientação da aldeia, vire pois á esquerda, a caminho de Cedovim.

Em breve surge nova rua, á esquerda. Vá por aí e observe as habitações doutros tempos, no bairro da Travessa. No entanto, se seguir em frente, continua bem, pois, adiante, as ruas confinam.

Exemplar de amendoeira de dimensões consideráveis

Pormenor de parede em casa de arrumos no percurso de Cedovim

No bairro viviam famílias numerosas. Algumas, com mais filhos que todas as crianças de hoje, nesta localidade de Cedovim, como me relataram.

Continue descendo e, cada passo, mais próximo da povoação. Admire a fonte de São João.

Fonte de São João em Cedovim

Avance e, agora a subir, já pertinho da localidade, volte para a rua á direita, descendo até a outra fonte com tanques públicos, ainda usados.

Fonte em Cedovim que alimenta o tanque comunitário
Tanque comunitário ainda usado na lavagem da roupa
Retome a caminhada e, 70 metros após a fonte, volte para a rua á esquerda, em subida acentuada. 

Ao chegar ao topo, eis que, como se apercebeu, chegou ao local onde iniciou seu percurso - Largo de Santa Madalena.

Caminhou uma distancia superior a 8 quilómetros. 

Neste percurso gostei, também, dos portões que surgiram por todo o trajeto, elaborados artesanalmente por canteiros briosos. Deixo fotos de alguns exemplares.


Portão em Cedovim



Portão em Cedovim




Portão em Cedovim


Pombal em Cedovim (existem vários exemplares na localidade)


Notações finais

Cedovim teve um passado glorioso desde a pré-história. Quase 600 anos de municipalidade. Muito património construído. Património natural fantástico. Uma agricultura que vai resistindo, apesar das dificuldades.

Recentemente, julgo que desde os anos 60 do século passado, perdeu o seu maior património, a população, que abruptamente atingiu níveis perigosos, perdendo tres quartos de habitantes, desde aquela data.

Ao caminhar adquire competências, conhecimentos (historia, geografia, etc), saúde, paz de espírito, e também realidades do país, algumas difíceis de compreender.

Elaborado em 13 de Fevereiro de 2020, por José Manuel Costa Amaral