quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ninhos

Um velho enxofrador, pendurado no telheiro, o lugar ideal para a construção doce lar da ave

No velho ferro de engomar da coleção de velharias
Na cantara de cobre

No copo do meu avô, peça das velharias

 
Num pedaço de tronco de cerejeira

domingo, 18 de maio de 2014

Fornos de Maceira Dão - a estrada para Tabosa

Entrada do cemitério na estrada Fornos - Tabosa


Fornos de Maceira Dão – Estrada para Tabosa
O antigo acesso de Fornos para Tabosa cingia-se a um caminho estreito da aldeia até à Igreja Paroquial. Daí ao cemitério, seguindo acostado ao lado norte da Quinta do Solar de Santo António que era na época, pertença da Família Queirós.
Direccionava-se para a esquerda, a nascente da Quinta das Poças e avançava, embocando na atual curva do ribeiro que vem da Serra de Santo António dos Cabaços, também apelidada, a curva dos paralelos, seguindo então para Tabosa.
Este velho caminho é parte integrante dos percursos percorridos pelos peregrinos de Santiago, oriundos de localidades a sul de Fornos de Maceira Dão
A estrada atual, data do ano de 1944. O granito utilizado na construção, foi extraído duma pedreira na parte superior da curva do Cano Grande logo a seguir às Poças, ainda visíveis para quem ali circule.
Toda a brita utilizada para o piso foi esmiuçada manualmente.
A brita, o rachão e pedra de muros foram transportadas por diversas juntas de bois, de Manuel do Joaninho e de Severo da Fonseca.
A estrada foi rasgada a pá e picareta, e a técnica de construção utilizada “o macadame” que como sabemos, o processo foi inventado no século XIX pelo engenheiro escocês John Loudon Mcadam.
Tardiamente, recebeu alcatrão, suponho que no ano de 1981.

Estrada de Fornos - Tabosa. A saída Norte da aldeia, tendo como referencia o Solar de Santo António


A entrada da Quinta das Poças na Estrada Fornos Tabosa
Pormenor do antigo caminho Fornos - Tabosa
Imagem retirada do antigo caminho de Fornos - Tabosa
Sinaletica na estrada de Fornos - Tabosa

Os muros da Quinta do Solar de Santo Antonio na Estrada de Fornos - Tabosa

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Mocho Preto Orelhudo

O mocho preto orelhudo continua a visitar-nos. De noite, anima-nos com o seu grunhido característico. Esta foto foi obtida no sobreiro do meu jardim.

Devolvidos ao seu habitat, dois mochos Pretos orelhudos, que haviam caído do seu ninho, por ataque de gato domestico. O Cervas foi determinante na recuperação destes irmãos, nascidos no quercus suber do meu jardim. Obrigado CERVAS.

sábado, 29 de março de 2014

Sete Sangrias


Esta especie vegetal tem dezenas aplicações medicinais.

É abundante na Serra dos Frades de Maceira Dão.



domingo, 23 de março de 2014

Capela de Santo António do Areal ou da Mata







Afloramento suporte da Capela de Santo António dos Monges de Maceira Dão


Os monges de Maceira Dão, construíram, na eminência do Cabeço do Areal, uma Capela de Invocação a Santo António, dentro dos limites da Granja, bem perto da Quinta das Fontainhas (não confundir com Fontinhas) e Quinta da Regada.
Um antigo proprietário do Mosteiro, Senhor Abel Rosado, vendeu o propianho à família Monteiro, de Fornos de Maceira Dão e proprietária da Quinta da Regada.
Toda a cantaria da Capela foi levada, na primeira metade do século XX, pelas juntas de bois de Manuel do Joaninho. Foi reutilizada na construção, da ainda existente casa naquela Quinta.
Como informação adicional, a capela já se encontrava sem cobertura e sem recheio, na data em que a pedra foi vendida.
Presentemente, do que permanece da capela, depara-se com parte do lajedo e pedras do alicerce.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Cascata do Castro no Ribeiro de Fornos de Maceira Dão

https://youtu.be/M19MhZU6eC4



A espécie que encobre a cascata é a Planta Medicinal, O sabugueiro Sambucus nigra L

Sub-afluente do Rio Dão, este Ribeiro nasce na Serra de Sto António dos Cabaços e desagua no Rio dos Frades, perto do Mosteiro de Maceira Dão


 A nascente do Ribeiro https://www.youtube.com/watch?v=M19MhZU6eC4

domingo, 2 de março de 2014

Geodiversidade na Serra Sto António dos Cabaços




Abrigo natural de ancestrais cortadores de granito. A técnica utilizada era a cunha de madeira molhada. Tecnica já usada pelos Incas na construção de Machu Picchu   




De cócuras



Porca deitada

Os monstros da Serra dos Cabaços



Monstros na serra
O monstro de asas

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

As choças

 
A arquitectura rural tem aspectos fascinantes. Hoje irei colocar imagens de construções habitacionais, com milhares de anos. Muitas dessas construções poderiam ser também utilizadas como estábulos de animais, de arrecadações, celeiros.


Choça do Aleixo


Na freguesia resistem vários exemplares. Alguns foram reabilitados. Porém, foram utilizados outros materiais, nomeadamente na cobertura, a telha deu lugar à palha ou às giestas. Outros exemplares estão arruinados.
Refiro-me às choças ou choupanas.
Na sua maioria são de forma circular.

Choça Junto à Quinta da Tapadinha no caminho Igreja Paroquial para Vila Garcia

Estão referenciadas as Choças de Vila Garcia, Quinta da Tapadinha, do Aleixo, do Lameiro do Caniço.
Naturalmente, aparecerão mais exemplares.


Choça no maninho de Vila Garcia junto da estrada de acesso para a Igreja Paroquial
 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Cadeia Medieval da Granja


Hoje irei falar da Cadeia Medieval do Real Mosteiro de Santa Maria. Os frades de Maceira Dão tinham competência cível e criminal sobre a população que habitava dentro do espaço geográfico circunscrito pelo respectivo couto. Os limites desse couto seriam:
Toda a Serra de Maceira Dão até ao Rio Dão. Daí seguia na direcção até Fagilde. De seguida delimitava a poente de Tabosa, numa linha até ao Castro de Fornos. Dali seguia para Tibalde até à Pedra Ruiva e avançava na linha do ribeiro de Tibalde até à foz daquele curso de água, no Rio Dão. Naquele ponto foi fixado um marco delimitativo por Gomes Fernando (Gomes Fernandus) o Governador Militar de Visei e Zurarae – Viseu e Mangualde. Militar em quem D. Afonso I entregou esse dever.
 No entanto, os frades possuíam mais propriedades, desde o antigo couto de Moimenta de Maceira Dão, propriedades doadas quer de particulares quer de outras entidades como foi o caso dos terrenos do Convento de Vale de Medeiros em 1560, e a Granja de Seia, esta comprada por Dom Abade, entre outros…
Os frades julgavam das demandas e infrações, eram soberanos, podemos considerar, na área do Couto. Ao Dom abade, expressemos, correspondiam as funções de capitão-mor, pelo que, nos seus espaços, a justiça ou poder judicial seria a sua, e não a do rei, e só nos casos de penas corporais, aí sim, era entrega à justiça de Azurara.
Os maiores contendas relacionavam-se com as pescarias, que as populações de fora do couto, efetuavam no rio Dão, e porventura alguma caça. Muitas pescarias seriam efetuadas na outra margem do rio, fora da delimitação da granja, só que os frades achavam-se senhores do rio.
A incúria ou sei lá o quê, lança este património ao seu desleixo completo.
 

sábado, 8 de fevereiro de 2014


Romeiros da Senhora da Cabeça de Maceira Dão

Todos os anos ele vinha com um grupo de romeiros à romaria da Sra. da Cabeça a Maceira Dão onde também todos os anos lhe fazia companhia um primo que tocava concertina.
Da povoação vizinha de Teivas, saiu também um grupo onde levavam um tocador de harmónio. Neste grupo ia uma rapariga que já tinha namorado com o João Cantador, mas naquele ano zangaram-se e foi namorar com o tocador de Teivas. Por coincidência ou por malandrice, juntaram-se os dois tocadores que não se entendiam muito bem por causa da rapariga. Começaram a cantar ao desafio e o João de Almeida com mil ouvidos a ouvi-los. Nisto, a rapariga começou esta quadra para fazer ciúmes ao antigo namorado.

Lenços de meia moeda
Ninguém os tem senão eu
Para dar amor a outro amor
Dou apenas a quem mos deus
Os lenços a que ela se referia, tinham sido oferecidos pelo primo do João de Rebordinho coisa que era muito usual naquele tempo. Quando começavam a namorar, faziam troca de lenços bordados, com linha prateada dourada ou mesmo com linhas de cor simples. O João de Almeida sabia que o primo não tinha bagagem para a moça e procurou defendê-lo, entrando ele na desgarrada com esta cantiga:

Lenços de meia moeda
Aqui está quem os comprou
Com abraços e beijinhos
O teu corpo é que pagou


Retirado de:
Barreiros, Leonel (1987). Gentes das terras do Dão: cultura popular. Edição do autor

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Herança Árabe em Fornos de Maceira Dão

A Herança Árabe

Existem numerosas propriedades no lado sul da aldeia, direcção cardial de Fornos - Lobelhe do Mato, com nomes que declaram a presença árabe nesta comunidade: Lameirinhas (que apelidou um novo bairro da localidade); Lameiras; Moirão; Alquevas; Aleixo; Seixal, entre outras.
É formidável que todas estas propriedades confinam entre si.
Pese a abundância de picotas, noras e outros sistemas de rega de proveniência árabe, os achados arqueológicos são no entanto escassos e resumem-se a apenas 4 peças.
Uma encontrada no Aleixo, outra no Moirão e duas descobertas na Lameira do Joaninho.
Estão na posse de antigos e ou atuais proprietários. Prontamente, e se possível, será colocada fotografia respeitante ao assunto exposto no presente apontamento.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alminhas de Fornos Maceira Dão



Alminha junto à Escola primária, no acesso para o Moirão e Alquevas. Outrora, era neste local o cruzamento dos diversos caminhos.


As alminhas são, em muitos casos, uma memória de culto a defuntos. Abrangem um peso e simbolismo nobre, acontecimentos fatídicos, ligados ao falecimento, naquele ponto, de uma pessoa.


Alminha localizada em frente à Sede da Junta de Freguesia


Alminha do Alto Podre - localizada na curva imediata à reta da escola primária na estrada de Fornos para Tibalde.



Alminha localizada na zona do Cruzeiro, perto da Capela de São Tomás de Aquino.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Vila romana da Môta ou da Mouta - Fornos de Maceira Dão



Mós manuais, tijolos e outros achados (11 elementos)

A Vila Romana foi construída numa suave colina, possivelmente no século II, no lado superior do caminho de acesso aos “Iteiros” (popular) Outeiros. O léxico do povo, chama o local de “vinha da mota” mas na verdade é Vila da Mouta.

Fuste da Vila Romana, reutilizado em jardim
Aqui e acolá, em muros e nos terrenos, vão surgindo imensas provas dessa Vila Romana: bases de colunas, fustes, suportes, muitas mós, entre outros achados.

Pesos de teares 

Esse património, está na posse da família proprietária do local. No entanto, há informação que outros achados estão na posse dos proprietários dos terrenos que confinam com a “Vila da Mouta”. Estão inventariadas muitos elementos, peças integrantes dessa Vila, dispersos é certo.
Ao lado da Vila Romana, por perto, estariam os fornos de cosedura dos tijolos, das tégulas, potes, ladrilhos, pesos de teares, etc.


Base coluna
    Já aqui foi referido, que o topónimo Fornos, deriva destas estruturas (fornos de cosedura e transformação do barro).   Na década de 90, com a cooperação de um arqueólogo, foi enviado para Alcácer do Sal, um achado em ferro, ali encontrado, a fim de ser preservado. Nunca voltou.
As fotos que a breve prazo iremos inventariar e colocar neste sítio, são decisivas para o exacto estudo da vila e das diversas actividades exercidas:

O vaso e  flor estão a ser suportados por outro fuste, da referida Vila  Romana e que o engenho popular aproveita como elemento decorativo. 

O trabalhar o barro – olaria; o trabalhar o ferro – bigorna; a tecelagem – Pesos de teares; a transformação dos cereais – mós manuais; e logicamente a agricultura. 



Coluna da vila romana