segunda-feira, 29 de maio de 2017

Serapia cordigera na aldeia de Matança - Fornos de Algodres


Vista parcial da aldeia da Matança - Fornos de Algodres


A caminhada de 28 de Maio de 2017, optei por um caminho entre as aldeias de Matança (Fornos de Algodres) e  Antas - Matela (Penalva do Castelo), na margem do Rio Carapito - Afluente do Rio Dão.

O início do trilho
O Rio Carapito


Previamente, elaborei um percurso circular na zona. No entanto, verifiquei que com o decorrer da caminhada, era difícil progredir devido ao mato denso.

A elaboração do percurso a que me proponha, caiu. Ainda assim, achei interessante executar e publicar esta mensagem.

Com aquela contrariedade, subi a serra e circunscrevi uma comunidade de orquídea - Serapia cordigera e outras espécies.




Muita biodiversidade, geodiversidade e património construído

A amarelo a planta inicial do percurso
A azul o trilho realizado
A verde claro, area da comunidade de orquídeas e cravinetas
Cravina ou cravineta selvagem (dianthus lusitanus)
Gladiolus illyricus
Madressilva (Lonicera periclymenum)
No que respeita á geodiversidade na aldeia da Matança, apresento estas fotos.





No que diz respeito ao património construído posso apresentar algumas fotos:

Aldeia abandonada junto ao Rio Carapito 
Um dos muitos moinhos em ruinas, nesta aldeia deserta



Uma das casas em ruinas, com o forno do lado esquerdo



A ponte sobre o Rio Carapito
A Capela da Sra dos Milagres - Matança

O moinho recuperado


A igreja




A ponte sobre o ribeiro


Fauna

Debaixo do arco da Ponte sobre o rio Carapito
Pelo seu cantar, julgo ser um rouxinol
O trilho que não consigui agora publicar, poderá surgir. Vou pois juntar mais elementos para a sua elaboração.

Jose Manuel Costa Amaral




terça-feira, 9 de maio de 2017

Percurso no Rio Carapito em Antas e Matela - Penalva do Castelo


Planta do percurso no Vale do Rio Carapito, entre Antas e Matela - Penalva do Castelo




Rosa canina L. no percurso do vale do Rio Carapito, recomenda-se uma pesquisa sobre esta espécie. usado como anti-inflamatório no tratamento de modidelas de cão, daí o seu nome. Com teores elevados de vitamina C, de complexo B e ainda com diversas utilizações medicinais. As suas bagas são comestíveis. É pois considerada uma planta medicinal.

Inicie sua caminhada na ponte sobre o Rio Carapito, entre as localidades de Antas e Matela, agora única freguesia, resultado da última reforma administrativa e de acordo com a foto abaixo.


Local de Início e fim do percurso
Caminhe pela estrada de alcatrão na orientação de Antas, para sul.

A geologia no percurso





Decorrido cerca de um quilómetro, volta para uma rua á direita, em terra batida. O local tem placa informativa de "ponto de água".

Percorre mais 700 metros, volta para uma rua também á direita, a caminho do rio.

Planta do local

Aqui vai apreciar:


Alminha junto do pontão ou ponte
A ponte



Casa junto ao rio no pontão vermelho
Os moinhos
O Rio


Onde o burro do moleiro era preso...

Noutros tempos, e antes de construírem os cemiterios, esta ponte era local de passagem de funerais com os mortos da aldeia de Moradia e Matela para o cemitério das Antas.
Por diversas vezes esta ponte ficou submersa, devido aos invernos mais rigorosos.

O feto real no Rio Carapito
Retome a caminhada, até cruzar com nova rua. Volte para a esquerda, caminhe apenas 15 metros e vire de novo á esquerda, sim, de novo a descer para o Rio Carapito. Em 270 metros percorridos está a atravessar de novo o rio nesta passagem pedonal.

Passagem pedonal ou para bicicletas

Chegou á Quinta dos moinhos ou do Carvalhal Redondo. 

Recuando 45 anos, moravam neste local sete familias, e perto de 40 pessoas. Atualmente mora apenas um casal.

Todos os moinhos do Carvalhal Redondo, estão arruinados e varias casas foram consumidas pelo fogo, num incendio em 2013, julgo.

Nota importante: Se por qualquer motivo não quiser ou puder atravessar a ponte pedonal na quinta do Carvalhal Redondo, pode caminhar até ao pontão vermelho, e regressar ao local onde voltou, para retomar o caminho até á Quinta do Carvalhal Redondo.

Apreciada a pequena aldeia, suba até á nova rua, e volte para a direita, a caminho de um moinho de vento. Vá até ao imóvel, é facil chegar a ele.

Moinho de vento

Construído em 1797

Conta a Senhora Deolinda que os seus avós ainda viram o moinho a moer cereal. Contavam ainda que a construção se devia ao facto de, naqueles tempos, o rio, no verão, teria caudais muito baixos, sendo que os moleiros não poderem satisfazer seus clientes, uma alternativa aos verões mais secos.

A giesta de flor amarela
As formas geológicas


Retome seu percurso, e 900 metros após o moinho, volte para a direita. Sim, vai a caminhar junto á várzea. Noutros tempos era semeado muito cereal, nomeadamente milho, e onde se juntavam dezenas de pessoas nas desfolhadas, por vezes de noite.

Milhões de flores á minha volta, acredite

As flores de um e outro lado do trilho



A geodiversidade

A Varzea, como pode constatar, tem terrenos agrícolas excelentes e uma biodiversidade muito rica.

O Rio Carapito na Varzea com a sua vegetação ripicola

Sal-puro, ou Thymus mastichina ou tomilho bela luz, constatei uma comunidade surpreendente desta espécie de tomilho que, no mundo só se encontra em Portugal e Espanha, é pois um endemismo ibérico. É digestivo, anti-septico, anti-inflamatório,relaxante e desinfetante, ajuda-o a dormir, deveras importante na culinária e outros fins. Lamentavelmente, usamos esta espécie muito poucas vezes, e pesa ainda o facto ser pouco conhecida por nós portugueses.

Reinicie de novo seu percurso, atravesse a ponte da Varzea.

A ponte da Varzea, por diversas vezes danificada pelas cheias



Imediatamente á saída da ponte, numa calha de água de irrigação, constato de uma planta que eu uso na culinária, em saladas, de forma simples, ou associada com outras especies, (rocula, alface, agriões, etc). O meruge. Acredito que num futuro imediato, esta especie irá ter um valor comercial e nutritivo elevado.


O meruge cujo nome cientifico é, julgo, montia fontana L.

O rio Carapito neste local aprazivel

Ao caminhar cerca de 35 metros após a saída da ponte, vire para a direita. O rio Carapito vai ficando mais afastado. Agora caminha a subir.

Planta parasita, a orobanche spp, no percurso do rio Carapito

Não acate ás ruas que lhe surjam e progrida "em frente".

O percurso por entre o carvalhal, seguido por uma clareira

Oliveiras centenárias na Matela Velha


Alcançou uma clareira? Está na Matela Velha. Uma quinta da Aldeia de Matela com uma história espantosa.

Um sobreiro gigante


Um mar de rosmaninhos na quinta da Matela Velha

Local onde volta para a direita, a caminho da Matela Velha

Ao atingir o topo, depois daquele mar de rosmaninhos, volte para a direita, para a Quinta da Matela Velha. Apoie-se no mapa acima. Visite as ruinas.

Matela Velha

Ruinas de Matela Velha
A varanda em lajes de granito viradas para poente
Fuste á entrada da antiga adega


Uma das fontes de Matela Velha completamente arruinada


Cinquenta anos atrás, as duas irmãs herdeiras da Matela Velha, tardavam em casar. Ora, o paradigma da época era, constituir familia. Então, organizavam, com frequencia, merendas e jantaradas, mas de nada valeu. Morreram solteiras e em grandes dificuldades económicas.

Existiu aqui uma pequena Capela de invocação a Santa Catarina, e onde muitos romeiros devotos chegavam, em cumprimento de promessas. Da Capela já nada se sabe. A imagem foi levada para o Brasil, creio que pelos anos sessenta do seculo passado, por emigrante, seu legitimo herdeiro.

Retome a sua caminhada, siga pela rua em alcatrão. Depois de percorrer 150 metros, volta para a direita, agora a descer. 

Atenção que apos 50 metros volta de novo á direita.



Não atenda aos pequenos trilhos e, 200 metros depois, repara que contornou sem sair dessa rua, para a esquerda. Está no trilho certo.




A especie denominada Sete Sangrias, noutras épocas era usada como abortiva

Vá descendo, aprecie as magnificas paisagens, e como repara, está a observar o rio Carapito e todo o Vale.

Eis que chegou a um local onde já havia caminhado cerca de 15 metros. Não acate ás ruas que lhe surjam e vá em frente. 

Começa de novo a subir. 

Dentro de breve prazo volta a descer, e está a sensivelmente 600 metros do final do seu percurso. 



Um belo exemplar de carqueja, no seu percurso
Começa a reconhecer o seu local de chegada. Muito bem. Percorreu, acima de 7 quilometros.

Os pontos fortes deste percurso, eu considerava: Diversidade de especies, quer da flora quer da fauna.

Escutei muitos rouxinois, guarda rios, poupas, pombos bravos, batraquios, peixe no rio, muitas abelhas... etc.

Uma rã vulgar a apanhar sol, numa pedra á beira da água


Ao nível da flora, encontrei muitas plantas meliferas, pelo que o local deve ser excelente para a produção de mel.

A recolha do polen




A urze florida
Uma das casas no local de partida e chega do seu percurso
Boas caminhadas eu recomendo

Trabalho de: José Manuel Costa Amaral