sexta-feira, 13 de julho de 2018

O meu Percurso pedestre em Casal Diz, Pindo, Corga, Encoberta e Vila Corça

Planta do percurso de 15 kms 
O percurso é circular, o que me agrada, pelo que pode iniciar a caminhada em qualquer ponto. Eu iniciei em Vila Corça, junto da Barragem. Caminhei para nascente ao longo da barragem e rio Dão.

As vinhas e a barragem

Passei pela Quinta do Jadão, e decorridos cerca 2000 metros desde o início do percurso, avista uma placa sinaletica Quinta do Sargaçal, vá por essa rua em subida ligeira. Ao encontrar nova placa a informar "artesanato" vá até essa pequena aldeia e pergunte pelo artesão Sr. Joaquim.

Planta para o ajudar da barragem ao local do artesanato



Artesanato no percurso de Pindo 
Retome a caminhada e desça até á placa que diz artesanato, e volte para a esquerda em caminho terra e aprecie a casa solarenga com capela e pombal ao seu lado esquerdo.

Solar com capela e pombal
Continue até chegar ao ribeiro, sensivelmente 600 metros.
Prossiga nessa rua, que como reparou tem uma curvatura para a direita, e eis que chegou á capela.

A capela de S.Pedro em Casal Diz
Retome e passados 70 metros na estrada em alcatrão, repare nesta alminha:

Alminha em Casal Diz
Aqui volte para a esquerda, e avance na sua caminhada, e não volte para quaisquer rua que lhe surja, nao esqueça "sempre em frente".

Casas tipicamente beirãs (esta rua não é do percurso, é envolvente)

No entanto pode apreciar o casario existente na zona envolvente, mas deve prosseguir no sentido que trazia até a um largo que na parte mais beixa tem uma fonte e tanque.

Planta do percurso entre as alminhas e a fonte, para o ajudar

A fonte

... e o tanque ao lado.
Retome rua acima e ao passar um lagar de azeite, a estrada curva para a direita. MAS ATENÇÃO, continue em frente em caminho de terra. veja mapa abaixo.
Planta do caminho a seguir
Brevemente chega a um povoado e prossiga até Pindo de Baixo. Aldeia muito bonita com casas de uma arquitetura medieval, pode ver ainda o solar dos Meneses, agora com outros donos. Vai gostar da aldeia, embora com poucos habitantes, cenário geral das aldeias em Portugal.

Casa em Pindo de Baixo

Casa manuelina em Pindo de Baixo
Rua pitoresca com todas as casas em granito, Pindo de Baixo
Casa imponente mas desabitada em Pindo de Baixo
Anexo planta do local para o ajudar na caminhada:

Chegado ao largo, volte para a direita, para o centro da aldeia, (ver mapa)

Planta Pindo de Baixo
Apreciado o local, continue nesse sentido até á estrada de alcatrão.
Volte para a esquerda, e caminhe pela estrada até encontrar sinaletica sobre Santuario do Martir São Sebastião, é pois por essa rua que deve seguir. caminhe agora em alcatrão até ao santuario, ali ao lado direito, no seio da floresta.

Santuario de São Sebastião em Pindo
Visitado o local de culto, retome até á estrada, vire para a direita e na curva deixe o alcatrão e vá por rua de terra batida, á esquerda e caminhe cerca de 800 metros onde vai de novo encontrar outra rua em alcatrão, vire á esquerda, e caminhe 350 metros para voltar de novo á esquerda, (veja no mapa abaixo)

Planta do local para o ajudar
Desça a rua sem se preocupar com ruas á esquerda ou á direita e já na Aldeia de Pindo de Cima, repare, entre outras, na casa solarenga ao abandono.

Patrimonio a degradar-se
Progrida nessa rua e ao chegar á alminha e primeira rua á esquerda volta na direção da Igreja da Paróquia.

Alminha, aqui volte para a esquerda
Eis que alcançou a Igreja.

Igreja de Pindo

Igreja de Pindo
Admire o templo e desça para o jardim de São Pedro, passe na Junta de Freguesia e continue. (ver mapa do local para o ajudar)

A planta entre a igreja e junta de Freguesia e continuidade do Percurso de Pindo
Passou a Junta de Freguesia, sempre para o lado direito e vai de novo caminhar em rua fazendeira.

Não acate os cruzamentos e entradas de quintas e, decorridos sensivelmente 500 metros, está a chegar á aldeia da Corga. Passou por esta alminha

Alminha á entrada da aldeia da Corga
Passou junto destas ruinas

Ruinas á entrada da Aldeia da Corga
e passou junto desta casa de arquitetura exemplar

Casa de arquitetura nobre na Aldeia da Corga
Retome pela rua mais á esquerda até ao adro do Santuário de Nossa Senhora do Ó. Fantastico. gostei especialmente das gargulas.

Pormenor de janela em Casa da aldeia da Corga


Capela de Nossa Sra do Ò onde se podem ver as gargulas, na aldeia da Corga

Interior da Capela da Corga
O interior da Capela da Corga e seus tumulos
Continue pela rua acima e aprecie as varandas, a fonte, casas com sinais de outrora abastadas e hoje em decadencia, me perdoem este lexico ou termologia.

As varandas nas casas da Corga

Casas em ruinas na Corga

Casa julgo que desabitada na Corga


Fonte na aldeia da Corga


Outrora imponente, hoje em ruinas na aldeia da Corga
E eis que chegou ao largo da Aldeia da Corga junto da estrada principal. Neste local ainda me lembro das atuações do grupo Musical Apocalipse, da minha familia, das excelentes festas populares ali realizadas.

Atravesse a estrada (veja mapa abaixo) e suba pela rua do lado direito.
Volte na primeira á esquerda, até ao deposito de águas.

Plano de Corga a Encoberta
Siga em frente e não acate qualquer outra rua. Vai atravassar vinhas e caminhe depois para o lado direito.

Chegou á estrada de alcatrão. Circule pois para o seu lado direito ao longo da estrada por quase 400 metros.

De novo uma rua em terra do lado direito, vá por aí (ver ponto um do mapa abaixo.

Caminhe 250 metros e num cruzamento de caminhos observa esta alminha. Siga pela rua á esquerda ou rua da alminha.

A alminha na Encoberta e a rua por onde deve seguir
Planta do troço na chegada á Encoberta para o ajudar

Chegou ao casario e á Capela da Aldeia da Encoberta. Tire foto para mais tarde recordar.


Capela da Encoberta

Torre Sineira
Volte para o seu percurso, desça a rua, atravesse a estrada principal e está no coração da aldeia da Encoberta.

Volte para a direita e siga nessa rua estreita apreciando as casas.

A casa onde deve voltar para a direita, na rua da 4L amarela
Ao alcançar nova rua, volta para a esquerda, a descer passa na Quinta da Casadeira e prossiga rua abaixo.

Local onde terá de passar
Caminhe nessa rua cerca de 1 quilometro, sem ligar a outros caminhos de um e outro lado, no piso mais pisoteado e ja chegou a Vila Corça.

Passou por esta alminha 

Alminha em Vila Corça
e cruzou a rua mais pitoresca de Vila Corça. Volte á esquerda. Pode beber um café no estabelecimento da rua, e prossiga.

Avista a capela, depois este Cruzeiro. 

Cruzeiro de Vila Corça
E eis que chegou ao seu destino. Aprecie a aldeia e barragem e prepare-se para a proxima caminhada.

Caminhou cerca de 15 Kms

Jose Manuel Costa Amaral, 14 Julho de 2018.


sábado, 17 de março de 2018

A aldeia do Companheiro, Sátão, aldeias abandonadas em Portugal.


Aldeia do Companheiro, uma aldeia abandonada, deserta.


Aldeia do Companheiro, e as suas 25 habitaçoes ao abandono. A atividade agricola foi outrora intensa, actualmente algum azeite é recolhido.

Estes locais “aldeias desertas” têm imensas histórias para memória futura. Em locais remotos? Pelo contrário, bem localizados, lugares paradisíacos, a beira de rios (Coja) ou em montanhas, com boa exposiçao solar.

As autarquias deviam acarinhar e incentivar efetuar recolhas e proporcionar a fixação de pessoas. 

Restaurar algumas casas e colocar á disposição para alojamentos locais. Quem vem ali passar férias até pode vir a comprar. As autarquias deveriam elaborar, essencialmente nestes locais, percursos sinalisados, homologados, e com roteiro contendo aspetos geologicos, geomorfologicos, lendário e outros. Uma pequena represa ou charca no seu ribeiro, a 250 metros para sul da aldeia, onde ainda dona Iria lava a roupa, sendo como que um chamariz para outras atividades, até para combate a incendios, até como reserva em crises de água, o aproveitamento do local para um parque campismo municipal, pois já dispõe de edificações de apoio, para bungalows e demais serviços, é obvio, só depois de se negociar ou acordar com os proprietarios. A realização, pela Camara Municipal, de percursos nestes locais deprimidos, mostrando a potenciais investidores. 

As oliveiras e demais arvores de fruto, gostam do local, pelo que eu apreciei, já que também eu produzo azeite e frutos biologicos para auto consumo e ofertas. As autarquias deveriam realizar uma "agenda 21 local" em toda a área dos seus concelhos, levantamento exaustivo das potencialidades, um regato, rio, geologia, gemorfologia, ruas rurais, relevo, monumentos naturais, construídos, paisagisticos, culturais, historicos, lendários, de atividades ancestrais, pastorícia, queijaria, ervas aromáticas locais, como o salpor, há que chame o tomilho ibérico, onde em Espanha é cultivido para exportação, e onde reparei existirem na  Aldeia do Companheiro. Os cestos e gamelas e assentos etc. de palha de centeio e que Dona Iria possui em sua casa, elaborados pelo seu pai e outros, e me ofereceu um exemplar, o que se perdeu e vai perdendo. Senhores responsáveis camarários, criem uma marca "SATAM" e recebam os produtos dos pequenos produtores e promovam a sua venda. A maioria das pessoas não se sentem capazes de se aventurarem num desafio destes. Deviam ser apoiados, e com preços garantidos antes da produção. Divulgue-se a aldeia mesmo nestas condições. Muitos estrangeiros procuram estes locais, como foi o caso de Cabrum em Viseu, e estão a dar vida a aldeia deserta, e o caso de Casfreires em Vila Nova de Paiva, onde muitos campistas holandeses voltaram para comprar terrenos e casas na aldeia.

O abandono dos locais é a causa primeira dos incendios. Gastos de fortunas em estruturas centralizadas e que nada produzem e nada se investe nesses locais, com excelentes condições para se garantirem excelentes produtos, Frutas e derivados processados - compotas, sumos, conservas, etc. Áreas cultivadas não necessitam de controlo e de estruturas pesadas comtra incendios. Já é tempo de se abrir a mente e planear corretamente quem o que se deve apoiar.

Os relatos de factos ocorridos nesses locais. O que Dona Iria contou, casos dignos de filmes. Alguns factos para um estudo de caso. Outros, belos romances e bons livros se escreviam. Todos estes saberes desaparecem ao partirem as pessoas. Vamos ouvir e guardar.


Aldeia do Companheiro, artesanato outrora executado por moradores
Artesanato outrora efetuado na Aldeia do Companheiro



Valoriza-se o mediatismo, o “vejam”, a entrevista, o jornal, a propaganda, a economia, a visita, a inauguração, o riquismo, o protagonismo, o oportunismo, o fulanismo, um lugar ao sol, o imbecismo, a influência, o despesismo... Fica-se com a sensação: ISTO É DE LOUCOS. Claro que cansa encarar estas situações. Larguem os gabinetes, vão para o terreno, senhores responsáveis. 

Ocorre-me ainda, lembrar a imensa família de autarcas com subvenções vitalícias, bem cedo, sabendo que muitos deles, foram mal formatados, e maus gestores, ainda assim compensados, face ao comum cidadão com reformas ridículas, ene vezes inferiores a estes senhores, e forçados a sair destas aldeias, esquecidos, cenário que poderiam ajudar a evitar.

Não me revejo neste sistema.

Não vou ao Dubai e andar no deserto nos camelos, vou andar por aqui, a ver desertos e alguns camelos que contribuíram para estes desertos. vamos ficar por aqui, na indignação.

Aldeia do Companheiro

Conta a Dona Iria que os últimos habitantes retiraram nos finais do século XX. Lembra ela, os bailaricos apinhados de gente, os cantares dos sachadores e dos regadores de milho, do corte e da malha do centeio, da apanha da fruta saborosa.

Pobres mas alegres, da ída á fonte com o cântaro, da missa dominical com a única roupa domingueira, a quilómetros de distância, em Sezures. Aos poucos viu sair todos, estrangeiro, cidades, aldeias vizinhas, e a aldeia está deserta. 

Muitos ali nascidos não passam sem visitar o sitio com regularidade e até vão amanhando alguns campos. Outros preferem nem voltar lá, afirmam ficar chocados com tamanho abandono. 

Dona Iria não compreende porque ainda produz alguns produtos da terra, biológicos, e não pode vender. Vinho, azeite, batata, feijão, legumes … antigamente ninguém “chatiava e faziam-se uns tostões”, “eles estão doidos”. O que faço para o ano, se ainda não vendi este ano ? Vou abandonar. É aqui o cerne da questão, senhores responsáveis, senhores politicos. 

De parcos recursos, mas feliz, a sua casa não tem electricidade, tem um poste junto da casa, diz que não precisa. Nem frigorífico, nem televisão, quando vou a casa do meu irmão ainda olho para a televisão, mas fico descontente. A abundância estragou as pessoas, afirma.

A Dona Iria talvez se quisesse referir ao comportamento materialista e consumista das pessoas e do mundo. Com uma reforma pouco favorecida, compete com reformas altíssimas, comparativamente, de gente que afirma ter descontado, para hoje ter boas reformas, se descontou é porque ganhava mais e logo aí havia injustiça, afirma ela. Uns com tanto outros com tanto pouco, ainda assim devo ser mais feliz que muitos desses.

Toponímia da Aldeia do Companheiro (popular) 

Contou Dona Iria que a origem toponímica se deveu, a um facto ocorrido no seculo XV ou XVI. Este relato foi-lhe transmitido pelo seu querido pai. Naquele tempo, um caminhante abastado, vindo dos lados da Cavaca, ali passou na orientaçao de Carvalhal e daí prosseguir para o seu outro destino. Pelas difíceis condições climatéricas, pediu ajuda numa casa. Foi concedido todo o apoio e o caminhante, agradeceu ao chefe da casa: foste um bom companheiro. Desde então ficou o sítio conhecido  como o local do bom companheiro.


A riqueza geologica da Aldeia do Companheiro.


Aldeia do Companheiro, um dos muitos afloramentos envolventes  


Aldeia do Companheiro - Afloramentos

Aldeia do Companheiro - geoformas


Aldeia do Companheiro - afloramento
Aldeia do Companheiro - aspeto de ex-explorações mineiras na zona envolvente
Aldeia do Companheiro 



Agradecimento a Dona Iria pela sua disponibilidade e pela oferta da singela informação sobre esta aldeia abandonada, onde ela possui alguns terrenos, outrora cultivados. Já realizei várias caminhadas no local e pude verificar as inscrições em uma casa do ano de 1689, não sendo das construções mais antigas, como referiu a Senhora que também frisou, ter outras informações a revelar e que lamenta não haver a quem informar. 

Espero com esta simples e humilde publicação, divulgar o local, já que este blog é visto seis vezes mais no estrangeiro que em Portugal. 

Fico satisfeito por, algumas mensagens, fazerem deslocar estudiosos, catedraticos de universidades europeias, a alguns dos locais, para elaborar estudos, nas suas ferias, e ficarem tristes pelas entidades não se interessarem por alguns dos casos, como por exemplo o Professor Martin da Academia de Historia de Espanha, na sua deslocação ao Carvalhal das Romãs, Silvã de Cima e Fornos de Maceira Dão, relativamente a estudo sobre os Celtas. Esta não é a minha área.




Nota: Em caso querer visitar o lugar, muito cuidado, o piso é irregular e sem alcatrão. Está a aldeia do Companheiro sinalisada na Aldeia de Carvalhal das Romãs (Rua Fundo do Povo) e na Aldeia de Vacaria (M 570).

Elaborado por Jose Manuel Costa Amaral em 17 de Março de 2018