domingo, 1 de dezembro de 2013

Fornos de Maceira Dão - Toponímia


O topónimo Fornos de Maceira Dão, contem três elementos.
A existência de Fornos de cerâmica perto da Vila Romana da Mouta ou da Môta.
Os achados: tégulas, telhas, tijolos, ladrilhos, utensílios de cozinha e outros, são imensas as provas, até as cinzas aí encontradas.
 As evidencias como os poços e a deslocação de barro, onde era extraída a matéria-prima, nos locais que ainda hoje designamos “Os Barreiros”.
A Galeria que alguns populares reconheceram, facto ocorrido nos anos 60 ou 70, lembrava o Ti Albertino (ti Xará) quando o proprietário do terreno o Sr João Maria Cardoso, arava o terreno e viu seu burro ser engolido pela galeria, facto ocorrido junto da Vila Romana.
Maceira deriva do latim “Mazanaria” terrenos férteis, muito produtivos, em especial, matianas (maçãs): A abundância agrícola, derivada da fertilidade dos terrenos, considerados os mais férteis do concelho, atributo que determinou, mais tarde, a construção do Real Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão.
Dão, deriva do rio do mesmo nome - Dão, do latim “Aon”, fronteira natural da freguesia em alguns quilómetros.
Transcrevo extracto do Foral do 1º Rei de Portugal, na demarcação do Couto - Tombo do Convento de Maceira Dão “ Divit cum Fornos per simutatem de ipso castro de fornos”
Desconhece-se a toponímia anterior à romanização, seria a mesma? 

Algumas provas, fazem crer, aquando da ocupação romana e da implantação dos fornos de cerâmica, existirem, fornos de metais, introduzidos antes, pelos Celtas, tendo sido bem aceites pela população nativa, dando "origem"  neste contexto, aos celtiberos e lusitanos. 

A existência de escorias, peça em metal enviada para recuperação, uma bigorna (?) em ferro maciço com dezenas de quilogramas de peso.




Achado arquiológico no local da Vila da Mouta. Será uma biogorna?



 As muitas choças um pouco por toda a zona, os contos da minha infância, contados pelos mais velhos, e algumas das tradições, fazem crer e fundamentar um legado céltico, na toponímia local. Acresce ainda, as muitas referencias ao Castro, localizado no topo de uma elevação entre a Igreja paroquial e a Capela da Senhora da Cabeça. Tal castro, teria sido destruído, numa surriba para plantação de vinhas e outras culturas. As pedras daí retiradas teriam sido reutilizadas na formação de socalcos em toda a zona envolvente. Há alguns indícios da existência de fornos de fundição de metais, e que os romanos ocupassem e relançassem mais atividades, nas já existentes. As referencias Célticas do Castelo Araocelo  (hoje São Cosmado) e o Penedo do Pecado ou das bruxas nas fraldas da Serra dos Cabaços. O "puzzle" começa a desvendar algo.
Tendo sempre na sua toponímia o topónimo Fornos, nem sempre foi conhecida pelo actual nome. Inicialmente Fornos; depois São Miguel dos Fornos; mais tarde Fornos de Azurara, Fornos de Maceeira Dão e por último Fornos de Maceira Dão, argumento, pela maior parte dos terrenos integrarem o Couto Real do Mosteiro.

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