sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Fornos de Maceira Dão - Século XIX




Igreja Paroquial

Em 13 de Fevereiro de 1805, o padre Fradique Soares do Amaral e Barros, abade da vila e freguesia de Sever, examinador sinodal, e Arcipreste do 1º Arciprestado de Lafões, em visita à Igreja Paroquial, pedia à comendadora que mandasse fazer outra imagem do Padroeiro São Miguel, mais decente e sem o Lucifer ou Dragão que tinha a Seus pés.

O Visitador João Cipriano de Assis Morais, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Abade de São João Batista de Silva Escura, determinou:

A Confraria de Nossa Senhora do Rosário mandará fazer um vestido decente para a imagem do Menino Jesus no altar ao lado da epístola, pois tem vestido curto e de calças que tem, por menos sério, é absolutamente impróprio de uma imagem tão respeitável.

A Confraria de S. Sebastião comprará um resplendor para a imagem do Santo Mártir e uma banda para a cintura, pois o seu estado não é decente.

Nesta época, era abade da paróquia, o vigário Manuel Viegas e Bispo de Viseu, D. Francisco Alexandre Lobo.

As Invasões Francesas

A 3ª Invasão Francesa, ocorrida em 1810, causou enorme impacto nas populações desta e de outras comunidades, o desesperante mês de Setembro. Era intuitivo que as tropas invasoras teriam de atravessar a freguesia para atingirem Viseu. A brigada Ferrey da divisão Loison e a brigada de cavalaria Lamotte assenhoraram-se da ponte de Fagilde. Alguns habitantes foram mortos: José da Costa Monteiro, das quintas do Rio Dão, e que amanhava os terrenos quando foi avistado pelos soldados, de imediato foi morto. Há ainda uma referência de óbito, morto pelos franceses, de um cidadão de Fornos, e que se teria deslocado a Mangualde, para resolver algum assunto. Provavelmente mais casos teriam ocorrido.

A guerra civil

Julgo ser no ano de 1828, a 5 Junho, que se travou uma batalha ou disputa – o combate da Ponte de Fagilde.

Os constitucionalistas estariam em vantagem, e são então pedidos reforços ao Brigadeiro Manuel Cardoso de Faria Pinto, natural de Fornos de Maceira Dão – proprietário do solar da Quinta de Santo António, e onde aí funcionou um quartel das forças absolutistas. Os Reforços não tardaram, dando fôlego aos defensores de D. Miguel, que impuseram a retirada das forças constitucionalistas para Viseu e outros locais.

Era património da atrás referida casa senhorial, os terrenos colados à Rua da Cavalaria. Ali se situavam os estábulos para os cavalos – daí o nome do terreno – Quinta da Cavalaria, ou simplesmente Cavalaria, como hoje é conhecida.

No século XX, um abastado proprietário daquele Solar, Sr. Almeida, descobriu o carimbo em uso nessa estrutura militar, achado por um trabalhador agrícola.

O Mosteiro

Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, inicia-se o processo de degradação e de delapidação do Mosteiro de Maceira Dão. Em mensagens futuras, iremos dedicar-nos ao património, que se perdeu, nessa época, o Ministro Joaquim António Aguiar, promulga a lei a 30 de Maio de 1834, também conhecido por mata frades e que extinguia mosteiros, colégios, conventos e outras instituições religiosas.

Como podemos constatar, este século, está repleto de ocorrências marcantes na vida desta comunidade.

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